Fintechs ou bancos: como o Brasil vê serviços financeiros?

08/08/2022

Vendas

Fintechs ou bancos: como o Brasil vê serviços financeiros?

As atividades financeiras são o setor de maior concorrência entre as startups do Brasil. De acordo com a Deloitte, com base nos dados do Mapeamento da Abstartups e RAIS/CAGED, as fintechs representam a maior densidade de startups pelo número total de empresas no ramo.

Esse fato não surge à toa. Nos últimos anos, o número de fintechs no País cresceu rapidamente. O Fintech Report 2022 mostra, por exemplo, que elas saltaram de 601 em 2016 para 1289 em 2022. Ou seja, a categoria mais que dobrou em quantidade de soluções oferecidas ao mercado brasileiro.

Embora a maior parte dessas empresas financeiras de base tecnológica tenha foco no B2B (53,9%), as demais 25,9% orientadas ao B2C e 14% com ambos os públicos-alvo ainda têm ótimas oportunidades de crescer no Brasil. Mas, para isso, elas precisam superar os desafios do cenário nacional.

Bancos tradicionais x bancos 100% digitais

Segundo o Fintech Report 2022, entre as top 10 fintechs no Brasil, quatro são bancos digitais. Além dessa posição de destaque, elas representam bem a disputa entre as instituições financeiras tradicionais e as novas soluções presentes no mercado.

Esse tipo de fintech é conhecido como “challenger bank”, ou banco desafiador. De acordo com a definição do setor de Inteligência de Mercado da Globo:

“Challenger banks são bancos de varejo móveis, on-line e baseados em tecnologia que oferecem serviços financeiros e digitais”.

Eles ganharam uma rápida adesão no Brasil, como mostram dados da Idwall. Em 2019, os bancos tradicionais dominavam 55,4% da distribuição bancária, com 40,5% dos usuários aproveitando tanto os consagrados quanto os novos.

Corta para 2021. Nesse ano, 64,6% dos usuários tinham contas em challenger banks e em bancos tradicionais. Apenas 22,4% estavam exclusivamente vinculados a estes últimos.

Isso mostra como o público no Brasil está diversificando o uso dos serviços bancários. Um cliente classe A, por exemplo, tem 4,4 contas, em média. Já na camada mais baixa da classe C, o número médio é de 3,6 contas bancárias por pessoa.

Entretanto, mais do que experimentar as novas soluções, o brasileiro está dando maior preferência a elas. Entre 2020 e 2021, a escolha do banco tradicional como principal caiu de 78,70% para 62,03% entre os indivíduos bancarizados no País.

Leia também: Fintechs e o desafio de atrair clientes no Brasil

Brasil mais que dobrou o número de fintechs desde 2016. (Imagem via Freepik)

Por que o brasileiro troca de instituição financeira?

Ainda de acordo com a Idwall, estímulos financeiros e facilidade de uso estão entre os principais critérios para escolher uma instituição financeira no Brasil. Os dados refletem a troca de um banco tradicional por um banco desafiador, que 75,8% dos usuários estão dispostos a fazer, mas também valem para a troca entre fintechs.

O que o brasileiro busca em uma instituição financeira?

Agora, toda troca implica uma desistência. Entre os principais motivos para o usuário abandonar um serviço estão o mau atendimento (54%) e a preocupação com segurança (42%).

Isso ajuda a explicar por que os bancos 100% digitais têm ganhado tanta adesão. Por um lado, a percepção do atendimento nos bancos tradicionais piorou, de acordo com o Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), enquanto os challenger banks são percebidos como menos burocráticos.

Além disso, os serviços digitais são vistos como soluções com taxas menores. Basta ver a percepção sobre as taxas de juros praticadas no mercado brasileiro: nas fintechs, apenas 33% do público acredita que as taxas delas sejam altas. Mas esse número sobe para 65% em relação aos bancos tradicionais. Os dados são do Grupo Globo.

Ou seja, as fintechs brasileiras estão no caminho certo para conquistar uma fatia de mercado cada vez maior.

Leia também: Empresas digitais investem em publicidade off-line

Como as fintechs podem crescer no Brasil?

Estar no caminho certo, no entanto, não quer dizer que o crescimento virá sem desafios.

Podemos citar aí desde a falta de educação financeira entre os brasileiros, pois 72% deles sequer têm objetivos financeiros definidos, o que, de certo modo, afeta a demanda por serviços no setor. Ou ainda o fato de a maior parte do público das classes C, D, e E no Brasil depender de planos pré-pago de internet móvel, com limites de navegação que dificultam a plena adesão a várias tecnologias.

Mas esses são fatores conjunturais, que não decorrem somente das fintechs. Por outro lado, o que elas transmitem ao público pela comunicação só depende delas mesmas.

Aí entra a importância dos meios em que essas empresas anunciam. Nesse sentido, como destaca o infográfico Experiência Digital em Serviços Financeiros, com base em informações da Thinkbox, a TV é aquele que traz a maior percepção de marca confiável e de qualidade.

Televisão e rádio, mais até do que as mídias digitais, dão a impressão de força financeira, o que é essencial para apresentar uma fintech com credibilidade. Outros atributos reforçados por esses meios são a qualidade da marca, a popularidade da solução e o sucesso dela.

Então, para crescer, as fintechs precisam ir além do digital e atrair o consumidor off-line. Diante disso, descubra as soluções para seu negócio em Santa Catarina baixando o e-book Como otimizar seu funil de vendas com a NSC.

Compartilhe:

Veja também

Veja mais
#

Já ouviu o podcast Negócios SC? Conteúdo direto ao ponto com convidados super especiais

Ouça aqui