Pandemia acelera a transformação no mercado financeiro

13/08/2021

Novidades no setor

Pandemia acelera a transformação no mercado financeiro

A maior procura por serviços digitais e o pagamento do Auxílio Emergencial, duas consequências diretas da pandemia, tiveram um grande impacto no mercado financeiro no País.

Dados do Banco Central mostram que o Brasil teve 14,2 milhões de pessoas bancarizadas em 2020. O resultado é 2,3 vezes maior do que o saldo da abertura de contas no ano de 2019.

Apesar dessa aceleração no setor, persiste uma enorme desproporção em relação aos tipos de produtos financeiros usados pelos brasileiros. Mas o crescimento das fintechs no Brasil pode ajudar a democratizar o mercado financeiro e levar soluções de longo prazo para um número maior de pessoas. Acompanhe a explicação.

A relação do brasileiro com investimentos

De acordo com o Target Group Index, da Kantar IBOPE Media, 74,7% dos consumidores na região Sul do Brasil têm produtos financeiros. Nesse contexto, 60,8% dos que possuem tais produtos concordam que a “segurança financeira para a aposentadoria é de responsabilidade de cada um”.

No entanto, apenas 9% das pessoas nesse grupo têm produtos de investimento. Enquanto isso, 92% possuem contas bancárias e 94% possuem algum tipo de cartão.

Essa realidade está mudando — tanto que em 2020 houve 1,5 milhão de novos investidores na Bolsa de Valores —, mas ainda falta muito para melhorar a relação do brasileiro com investimentos de longo prazo. 

Aí entra a importância das fintechs para popularizar e diversificar o acesso a produtos financeiros no País. Com uma dinâmica diferente das instituições mais tradicionais do setor, essas empresas que aliam a tecnologia ao mercado financeiro conseguem oferecer soluções bastante customizadas para o consumidor.

Ainda mais agora com a implantação do open banking no Brasil, as fintechs devem aumentar a competitividade na oferta de investimentos, previdência privada e outros produtos. Esse “banco aberto” funciona da seguinte forma: as instituições financeiras podem compartilhar dados relacionados a serviços bancários, sob consentimento dos próprios clientes, para gerar propostas mais vantajosas para os interessados.

Mas, para atrair o consumidor, as instituições financeiras novas ou antigas deverão cuidar especialmente da qualidade de atendimento e serviços. Segundo a Kantar IBOPE Media, esse é o principal fator de escolha do público, mais até que a taxa de juros.

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Soluções digitais no mercado financeiro ganham destaque na pandemia. (Foto via Freepik)

O crescimento das fintechs no Brasil

O momento é, de fato, muito positivo para as fintechs brasileiras. Isso é perceptível no aumento acelerado de empresas atuando no setor.

De acordo com o Distrito Fintech Report, em 2020 foram mapeadas 742 fintechs no Brasil, número 34% maior que o verificado em 2019. Já no relatório de 2021 aparecem um total de 1.158 startups no mercado financeiro, 56% a mais que no ano anterior.

Desde 2012, a Distrito ainda revela que as fintechs no Brasil já receberam mais de 4,5 bilhões de dólares em investimentos privados. O financiamento dessas empresas ocorre em ritmo crescente:

O Brasil conta com alguns unicórnios no mercado financeiro, isto é, startups avaliadas em mais de um bilhão de dólares. São elas: Nubank, Stone, Ebanx, Creditas e C6 Bank. Também entre as empresas para ficar de olho no setor, temos nomes como Conta Azul, Neon, RecargaPay e PicPay, todas cotadas para crescer ainda mais nos próximos anos.

Leia também: Fintechs e o desafio de atrair clientes no Brasil

3 pontos para ascensão das empresas no mercado financeiro

Outros dados da Kantar IBOPE Media destacam os investimentos necessários às empresas do mercado financeiro para conquistar o público, especialmente por meio da comunicação.

1. Televisão

A relação da audiência televisiva com o mercado financeiro é muito forte. Como exemplo da região Sul, 88% das pessoas que têm produtos financeiros assistiram à TV nos últimos 30 dias.

As fintechs estão explorando melhor essa conexão e investem em publicidade na televisão em ritmo acelerado. Enquanto o investimento publicitário do mercado financeiro foi parecido entre janeiro e maio de 2021 ante o mesmo período de 2020, o investimento das fintechs cresceu 25%.

2. Conteúdo

Na região Sul, 35% das pessoas que possuem produtos financeiros admitem que não têm conhecimento sobre investimentos e finanças. Esse pode ser um dos obstáculos à difusão de investimentos de longo prazo.

Pensando nisso, as instituições financeiras devem investir em marketing de conteúdo com foco educativo para atrair esse público pouco familiarizado com as soluções oferecidas.

3. Marketing de influência

Entre os fatores de escolha do público por uma instituição financeira, a recomendação é o que mais cresceu nos últimos anos, com alta de 49%.

Aí entra a importância do marketing de influência como ponte entre a marca e o público. Essa é uma das razões por trás da inclusão da cantora e empresária Anitta no conselho do Nubank, da contratação da educadora financeira e influenciadora digital Nathalia Rodrigues, a Nath Finanças, como embaixadora do Mercado Pago, entre outros exemplos recentes.

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