Como o setor automotivo pode reagir à crise do coronavírus?

30/04/2020

Marketing

Como o setor automotivo pode reagir à crise do coronavírus?

O setor automotivo no Brasil atravessa um momento difícil em decorrência da crise gerada pelo novo coronavírus. Com a quase totalidade da indústria automotiva parada no País em meados de abril, concessionárias momentaneamente fechadas e menor circulação de veículos e pessoas pelas cidades, o segmento foi bastante impactado nas últimas semanas.

No Brasil, a perspectiva é de que haja uma redução de 23% nas vendas de veículos novos, em 2020, em comparação com 2019, conforme projeta a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. A Federação aponta que já em março houve uma queda de 22% em relação ao ano anterior.

Então, como reagir diante do atual cenário?

Cenário propício para transformações

Crises são aceleradoras de transformações. Foi assim na crise do petróleo durante os anos 70, em que se buscou uma alternativa à dependência do mercado nacional à gasolina. Hoje, a ampla difusão dos carros flex (a etanol e gasolina), são resultado de uma solução para outros tempos difíceis.

Essa é uma oportunidade para o setor automotivo no Brasil se reinventar, tanto nas tecnologias oferecidas ao consumidor e no modelo de produção quanto na forma de vender. Os tradicionais salões de automóvel ganharam eventos on-line, a Volkswagen apostou no lançamento virtual do Nivus e outras empresas estão inovando para atender o público.

Veja a seguir algumas ideias de como sua empresa também pode se reinventar.

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A venda de automóveis exige uma série de novos cuidados. (Foto via Freepik)

Como o setor automotivo pode reagir à crise do coronavírus?

Fortalecer a presença digital

Quando falamos de presença digital, isso vai muito além do site e das redes sociais. Muitas empresas do ramo já ofereciam informações sobre os veículos e até mesmo venda pela internet, mas agora precisam dar um passo a mais para facilitar a vida do consumidor.

A Ford, por exemplo, lançou o canal “Compre Sem Sair de Casa”. Por meio dele, não só a compra, mas o financiamento, a avaliação do carro usado, o seguro, o emplacamento e a solicitação de test-drive podem ser feitos remotamente. Já a BMW criou uma loja on-line dentro do popular marketplace Mercado Livre para vender seminovos e usados.

Presença digital de fato é oferecer uma solução completa e facilitada para a compra. Isso será indispensável em meio à suspensão dos feirões e de outras práticas usuais de marketing e vendas do setor.

Além das facilidades pelo meio digital, é importante oferecer conteúdo dinâmico e relevante para o consumidor. Por isso, invista em produção de artigos de qualidade, webinars solucionando dúvidas comuns do público-alvo (formas de financiamento, manutenção etc.), vídeos mostrando ao vivo os veículos, entre outros formatos de informação.

Conquistar o consumidor com ações

Uma das maiores lições que a crise do novo coronavírus nos deixa é que os negócios, mais do que lutar para conquistar as vendas, devem conquistar o direito de vender. Ou seja, justificar sua participação no mercado e na comunidade.

Se sua empresa apenas tentar vender a qualquer custo, o consumidor pode notar aí uma discrepância entre os valores que ele espera de uma marca neste momento e suas práticas. Neste cenário, espera-se que as empresas sejam mais ponderadas com suas margens de lucro e ofereçam condições especiais de pagamento.

Algumas delas estão indo além. Uma concessionária de Minas Gerais oferece transporte solidário e gratuito para profissionais da saúde e pessoas acima de 60 anos, utilizando para isso três veículos de test-drive. Em Santa Catarina, a concessionária Metronorte e parceiros fazem doação a taxistas. Assim, mostram que são verdadeiramente parceiras das suas comunidades.

Leia também: Marketing em tempos de coronavírus: o dilema das marcas

Redefinir a experiência de compra

Veículo parado desvaloriza, essa é a verdade. Portanto, as empresas do setor automotivo precisam adaptar a prestação dos seus serviços para reduzir o tempo de estoque.

Uma forma como Chevrolet e Caoa Chery estão lidando com isso é por meio de “test-drive delivery”. Isto é, elas levam o veículo até a casa dos interessados. O teste pode ser marcado até por WhatsApp, com toda praticidade.

Já nos estabelecimentos físicos, as recomendações dos órgãos de saúde deverão ser seguidas à risca para dar maior segurança ao consumidor. Maior distanciamento entre itens, capas protetoras em painéis e assentos, e rigorosa higienização devem ser parte da nova rotina das vendas.

Manter uma presença de longo prazo na mídia

Um ponto a ressaltar quando falamos da crise gerada pelo novo coronavírus, assim como outras crises que houve antes, é que ela vai passar. E o setor automotivo tem boas razões para estar confiante na recuperação.

Na China, o primeiro país a entrar em isolamento e a sair dele, o movimento de clientes nas concessionárias já está em 66% dos índices normais e o número de vendas aumenta a cada semana.

No Brasil, vínhamos de uma alta anual de venda de veículos leves de 7,6% e um bom início de março. A crise pausa esse avanço, mas é possível que retome em seguida com a taxa Selic em baixa histórica e outras medidas de incentivo a ser tomadas pelo Governo.

Além disso, o setor conta com outro aspecto a seu favor: as pessoas não sentirão a mesma segurança de usar o transporte público enquanto o vírus estiver pelas ruas, preferindo o transporte individual. Em território chinês, os carros passaram do 3º para 1º lugar como meio de deslocamento favorito após o coronavírus, segundo pesquisa da Ipsos.

Como em outras crises, vão se recuperar mais rapidamente as empresas que se fortalecerem neste momento, que foram rápidas em anunciar e demonstrarem criatividade durante a pandemia. Por enquanto, a decisão de compra pelo consumidor vai demorar mais do que de costume, então também é essencial projetar uma comunicação de longo prazo para influenciá-lo nessa decisão, com um maior número de inserções em mídia para aumentar a lembrança da marca.

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